Diabetes e Maior Risco de Fraturas
- Dra Mari Cassol
- 6 de nov. de 2017
- 2 min de leitura

No diabetes tipo 1 (DM1), observa-se redução da densidade mineral óssea (DMO) que pode estar relacionada com prejuízo na formação dos ossos como resultado da deficiência insulínica, assim como do IGF-1. No caso do diabetes tipo 2 (DM2), o sobrepeso e a obesidade promovem maior carga e maior DMO, e supostamente seriam fatores protetores da massa óssea. De modo geral, o risco de ocorrer uma fratura de quadril é até 7 vezes maior em pacientes com DM1 e cerca de 1,3 vezes maior em pacientes com DM2. É uma situação que parece paradoxal, já que os indivíduos diabéticos tipo 2 em geral possuem massa óssea normal ou aumentada e, nesse caso, a densitometria não consegue identificar adequadamente os indivíduos com risco de fratura.
A insulinoterapia, também está associada com aumento do risco de quedas, possivelmente por indicar doença mais grave e também pelo fato de a hipoglicemia poder provocar quedas e consequentemente fraturas. A retinopatia diabética, a catarata, a neuropatia e a hipotensão postural contribuem igualmente no aumento do risco de quedas e consequentemente de fraturas. Fatores de risco compartilhados como uso de álcool, tabagismo e glicocorticóides orais podem influenciar o risco de fratura observado em pacientes com diabetes.
A causa das fraturas em diabéticos é bastante complexa porque existem alterações que diminuem a qualidade óssea e resultam no aumento do risco de fraturas. O acúmulo dos produtos finais de glicação avançada (AGEs) inibem a síntese de colágeno e osteocalcina, levando à inibição da diferenciação dos osteoblastos (células formadoras da matriz óssea) e da mineralização óssea. A hiperglicemia e a resistência insulínica causam também aumento da produção de interleucina 6, que estimula os osteoclastos a reabsorverem osso. Esses dados sugerem que as manifestações ósseas devem ser sempre bem avaliadas em pessoas com diabetes.

Comentários